quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Resenha do Livro: Anjo Mecânico de Cassandra Clare




Título Original: Clockwork Angel
Autor (a): Cassandra Clare
Editora: Galera Record
Ano: 2012
Páginas: 387
Gênero: Fantasia/Sobrenatural/Suspense/Romance

Sinopse: Theresa Gray (Tessa) tem um anjinho mecânico pendurado no pescoço, um presente de família do qual nunca se separa. O tique-taque do pingente faz com que se sinta segura junto à lembrança dos pais, que já morreram. Mal sabe Tessa que esse barulhinho muito em breve vai ser tornar o odioso som de um exército comandado pelas forças do Submundo. Com os Caçadores de Sombras e seu recém descoberto poder sobrenatural, ela enfrentará uma guerra mortal entre os Nephilim e as máquinas do Magistrado, o novo comandante das trevas na Londres vitoriana.

Anjo Mecânico é o primeiro livro da trilogia “As Peças Infernais”, a segunda série situada no mundo dos Caçadores de Sombras de Cassandra Clare. Essa nova série mostra o mundo antes dos Instrumentos Mortais com uma perspectiva única sobre a magia e o mundo oculto nela. O livro começa com dois Caçadores de Sombras lutando contra um demônio, e em seguida, eles encontram uma garota morta na proximidade.

Depois disso, somos apresentados a Tessa Gray, garota órfã de dezesseis anos que precisa cruzar o oceano, de Nova York à Londres, após a morte da tia com quem vivia para morar com seu irmão que é seu único parente vivo. Mas ao chegar lá, é sequestrada pelas Irmãs Sombrias (Black e Dark), que a forçam a usar seus poderes de mudar de forma – que até então ela não sabia que tinha, enquanto ameaçam sua vida e a do irmão. Algum tempo depois, Tessa acaba sendo salva por Caçadores de Sombras e encontra abrigo no instituto de Londres, onde se vê no meio de um jogo de poder e lutas.

Tessa precisa ficar com os Caçadores de Sombras, pois junto com a chegada dela ao instituto, também chegou uma ameaça que ninguém sabe o que é ou quem é. Lá ela irá se juntar ao temperamental, maravilhoso e misterioso William Herondale (Will) e seu melhor amigo James Carstairs (Jem) cuja sua frágil beleza esconde um terrível segredo. Tessa usará seu poder e conquistará um lugar ao lado deles na batalha. Tudo isso para tentar descobrir quem é o Magistrado e qual é a origem de sua habilidade sobrenatural.

“Havia um menino diante dela. Não podia ser muito mais velho do que ela – 17, ou possivelmente 18 anos. Trajava o que pareciam roupas de operário  um casaco preto gasto, calças, e botas pesadas. Não usava colete, e alças espessas de couro estavam cruzadas sobre a cintura e o peito. Armas estavam presas a elas  adagas, facas dobráveis e coisas que pareciam lâminas de gelo…”
Pág. 37

Me apaixonei por esse livro, pois ele é marcante, tem uma história muito boa e os personagens são maravilhosos. Sei que é quase impossível falar de Anjo Mecânico e não fazer nenhuma comparação com a outra série da autora, já que existem inúmeras semelhanças como: os plots das duas séries que são muito diferentes e parecidos ao mesmo tempo (temos uma garota aparentemente normal, que acaba descobrindo o mundo sobrenatural e que descobre possuir poderes extraordinários.)

Além disso, temos também o início de triângulo amoroso. A trama é excelente e em momento algum fiquei cansada ou entediada com a história. A Tessa é uma ótima personagem e me identifiquei muito com ela, já que tem uma paixão por livros e está sempre lendo.

“– Sempre se deve ter cuidado com os livros – disse Tessa – e com o que está dentro deles, pois as palavras têm o poder de nos transformar.”
Pág. 84

Os outros personagens são igualmente bons. Will é totalmente engraçado, irônico, sarcástico, tem um humor ácido, uma autoestima elevada e é muito corajoso.  Ele é simplesmente incrível. Jem é outra pessoa maravilhosa que mesmo com certas limitações,  nunca deixa de ajudar. Ele é completamente o oposto de Will. É sempre doce, cavalheiro, gentil e simpático com todos. A relação entre eles é ótima porque além de melhores amigos, eles são parabatai. Anjo Mecânico foi um dos livros mais cativantes, interessantes e perfeitos que já li. A autora conseguiu fazer um trabalho incrível e essa é a minha série preferida da autora.

“Talvez, não seja tão ruim ser diferente.”
Pág. 405

O livro é narrado em terceira pessoa e é extremamente detalhando, seguindo o padrão de escrita dos Instrumentos Mortais com um narrador onisciente que sabe os pensamentos de todos os personagens. Também tem a narrativa em primeira pessoa por Tessa, Will, Jem e Charlotte. Nós somos apresentados a um mundo completo, detalhado e que é muito parecido com o nosso, tornando toda a história mais real e fácil de nos adaptamos ao ambiente, mesmo que seja em uma época vitoriana.

"Às vezes, quando tenho que fazer alguma coisa que não quero, finjo ser personagem de algum livro. É mais fácil saber o que eles fariam."
Pág. 201

A história inteira se passa na antiga Londres Vitoriana, em 1878, de acordo com as datas mostradas no prólogo do livro. Podemos notar o estilo um tanto gótico com o uso de sobretudos e chapéus, vestidos e espartilhos, e isso traz um grande charme e classe ao livro. Além disso, se observamos Os Instrumentos Mortais, é possível ver que a Cassandra Clare amadureceu muito na escrita, já que mostra um universo mais sóbrio e bem trabalhado. A trama tem situações um pouco macabras, construções antigas e tem citações de vários lugares de Londres ao longo do livro.


O livro é muito bom. Recomendo que leiam As Peças Infernais primeiro e depois Os Instrumentos Mortais. Vale muito a pena.

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