sábado, 9 de julho de 2016

Resenha do livro: Cartas de Amor aos Mortos de Ava Dellaira





Título Original: Love Letters to the Dead
Editora: Seguinte
Ano: 2014
Páginas: 344
Gênero: Romance/Drama

Sinopse: "Tudo começa com uma tarefa para a escola: escrever uma carta para alguém que já morreu. Logo o caderno de Laurel está repleto de mensagens para Kurt Cobain, Janis Joplin, Amy Winehouse, Heath Ledger, Judy Garland, Elizabeth Bishop… apesar de ela jamais entregá-las à professora. Nessas cartas, ela analisa a história de cada uma dessas personalidades e tenta desvendar os mistérios que envolvem suas mortes. Ao mesmo tempo, conta sobre sua própria vida, como as amizades no novo colégio e seu primeiro amor: um garoto misterioso chamado Sky. Mas Laurel não pode escapar de seu passado. Só quando ela escrever a verdade sobre o que se passou com ela e com a irmã é que poderá aceitar o que aconteceu e perdoar May e a si mesma. E só quando enxergar a irmã como realmente era — encantadora e incrível, mas imperfeita como qualquer um — é que poderá seguir em frente e descobrir seu próprio caminho."

Querida Ava Dellaira,

E com muito amor que venho aqui escreve essa carta para falar sobre o seu incrível livro “ Carta de Amor aos Mortos ”. Esse livro é tão especial que decidi lhe escrever uma carta ao invés de fazer a tradicional resenha de sempre, sei que você está viva, agradeço a Deus por isso, e espero que você viva muitos e muitos anos e que continue sendo essa escritora incrível.

O primeiro contato que eu tive com o seu livro foi quando o vi no perfil de uma pessoa no Facebook, não me recordo de quem, é a capa me chamou a atenção, a parti dali já quis lê-lo imediatamente e foi o que fiz, comecei a ler ele sem nem ler a sinopse e parei apenas quando terminei.

Eu amo livros onde a história e contada através de cartas como “Simplesmente Acontece” ou “As Vantagens de Ser Invisível”, mas esse foi imensamente melhor que os citados a pouco, a trama é completamente envolvente. Seu livro tem uma protagonista incrível Laurel, uma garota ingênua, um pouco tímida e em algum momento até infantil. Ela acabou de perde a irmã, e no momento tem que aprender a lidar com isso o que não está sendo fácil, a irmã May era tudo para ela. Laurel terá que se adaptar a sua nova realidade e, para isso, vai precisar contar com a ajuda de seus novos amigos e de seus ídolos. Infelizmente os únicos problemas de Laurel não são apenas a morte da irmã May, ainda existem fantasmas daquela noite misteriosa que a perseguem, a culpa, o abandono da mãe... A Laurel e encantadora desde do início eu quis protegê-la, porque o caminho que ela ia percorre não era nada fácil, a todo momento eu queria entra no livro é protegê-la e ajudá-la, infelizmente isso foi impossível.

“ – Sabe, acho que, quando você perde alguma coisa próxima, é como perder a si mesmo. É por isso que, no final, até escrever é difícil para ela. Ela quase não sabe como fazer. Porque quase não sabe mais quem ela é.”
Pág. 17

Ava o seu livro – ou carta – mexeu muito – absurdamente – comigo, eu não me lembro de que algum livro tenha me tocado tanto assim alguma vez, me arrisco em diz que ele tocou a minha alma. Você foi muito corajosa ao trazer diversos assuntos a torna, como sexualidade, violência, religião e drogas, tudo de uma maneira equilibrada e interligada. A sua narrativa em primeira pessoa é excelente, a maneira como você usou as cartas da Laurel como uma espécie de diário sobre a vida dela e ao mesmo tempo ainda fala um pouco da vida e morte de seus destinatários foi épica.

Era um mundo cheio de sentimentos para os quais eu não tinha palavras.
Pág. 9

Você criou personagens maravilhosos e verdadeiros, cada um com seus dramas próprios. Eu amei cada um deles, dos amigos de Laurel à professora, todos me emocionaram muito, de formas distintas. Mas a personagem que eu dei uma atenção especial depois da Laurel foi a May. A irmã misteriosa, que era o mundo de Laurel, que fez de tudo para protegê-la, e foi a que acabou à destruindo. May era muito conturbada, mas Laurel a via como uma pessoa perfeita, pessoa essa que ela não era, como nós. Eu acho que todas aquelas pessoas nas cartas retratavam um pouco da personalidade de May, e provavelmente foi por isso que a Laurel os escolheu.

“Sei que May está morta. Quer dizer, uma parte racional de mim sabe, mas não parece verdade. Ainda sinto como se ela estivesse aqui, comigo, de alguma maneira. Penso que ela vai entrar pela janela, depois de sair escondida, e me contar como foi a aventura. Se eu for, mas desapegada, como May, talvez aprenda a viver sem ela. ”
Pág. 22

O seu livro, e aquele que todos deveriam ler, porque sei que ele seria capaz de ajudar as pessoas a superarem momentos complicados. Ele não é um livro muito fácil de ler, confesso, por causa de toda a carga emocional. Mas Ava você me ganhou no instante em que disse, o que ninguém diz, “que não vai ficar tudo bem”. Que apesar de tudo, aconteça o que acontecer, pelo menos um minuto por dia, a dor é a saudade vai nos derrubar. A sua coragem e ousadia Ava, me confortou como ninguém antes conseguiu. Com você aprendi que “ Não, nunca mais vai ficar tudo bem. Mas eu sou forte o suficiente para supera e aguenta o que vem pela frente”.

Beijos,
Yara.


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